Teoria da carga cognitiva

Há mais ou menos uns 2 anos atrás, participei de um treinamento experimental sobre como aprender com o Alberto Souza lá na Caelum. Na época, essa era uma dor que a nossa equipe de instrutores e instrutoras das aulas presenciais vinha enfrentando e estávamos buscando alguma forma de ajudar as pessoas a desenvolverem essa habilidade de aprender profundamente algum assunto.

A primeira sessão do treinamento consistia em ouvir uma música em inglês que ninguém conhecia tentando anotar todas as palavras que pudéssemos enquanto a música tocava. A ideia era demonstrar que cada vez que ouvíamos novamente a música, mais fácil ficava de identificar as palavras que faltavam. Até aí não parecia ter nada muito relacionado com aprendizado mas nas próximas sessões, repetimos o procedimento só que dessa vez a tarefa era ler um artigo científico sobre um tema que não conhecíamos. A cada leitura anotávamos o que tínhamos entendido e depois tínhamos uma breve sessão de discussão pra ver o que cada pessoa tinha entendido.

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Sua memória é mais do que um repositório de informações

Quase todos os dias pela manhã, faço o mesmo ritual de preparo do café que me ajuda a iniciar o dia. É uma sequência de uns 7 ou 8 passos e enquanto os executo, faço uma revisão mental das tarefas do dia, problemas a resolver, contas pra pagar, jogos pra jogar e várias outras coisas. Em alguns dias, tudo acontece tão automaticamente que fico me questionando se não pulei algum passo.

É um cenário bastante diferente de quando tentei preparar sozinho o meu primeiro café. Estava munido apenas de uma série de instruções fornecidas pela minha mãe e a esperança de conseguir um café tão bom quanto o dela. Durante toda a execução, não conseguia pensar em outra coisa, estava focado em seguir à risca cada um dos passos que tinha memorizado. Depois de alguns momentos de tensão, lá estava eu com uma bela xícara de café nas mãos. Certamente não foi o melhor café que já tomei mas hoje ele serve como um ótimo exemplo para o tema desse texto.

A diferença entre os dois cenários é que antes eu não sabia fazer café e hoje eu sei. Você mesmo já deve ter passado por algumas experiências parecidas onde o aprendizado transformou uma tarefa complexa em algo tão simples que é como se você não precisasse pensar para executá-la. Para entender como isso acontece, vamos precisar começar bem devagar conhecendo algumas das estruturas cognitivas que possibilitam o aprendizado.

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